Congresso espera votar novo acordo na terça-feira, dois dias antes do prazo máximo para a elevação do teto da dívida
O líder da maioria no Senado, o democrata Harry Reid, disse nesta segunda-feira que ele e o líder republicano na Casa, Mitch McConnell, avançaram bastante em direção a um acordo para pôr fim à paralisação parcial do governo americano e elevar o teto da dívida – mas ainda há trabalho pela frente. "Fizemos um progresso tremendo. Mas ainda não chegamos lá. Esperamos que, com sorte, amanhã seja um bom dia", disse Reid no plenário do Senado. "Tivemos um bom dia hoje", disse McConnell.
Sem acordo para a aprovação da lei orçamentária, o governo federal está desde 1º de outubro proibido de arcar com despesas que não sejam consideradas essenciais, o que significou desativar diversas agências públicas. Em 17 de outubro, persistindo o impasse, o governo atingirá também seu limite de financiamento e poderá se ver obrigado a dar calote em seus credores do Tesouro americano, com profundos reflexos sobre a economia mundial.
O texto do acordo, que deve surgir de uma resolução bipartidária, começou a ser delineado catorze dias após a paralisação. A expectativa em Washington é que o Senado vote a nova proposta nesta terça-feira, dois dias antes do prazo máximo para a elevação do teto da dívida.
Os senadores ainda não comunicaram os pontos do acordo. Segundo informações obtidas pelo jornal Washington Post, o texto prevê a retomada da capacidade de financiamento do governo até o dia 15 de janeiro, a elevação do teto da dívida até o dia 7 de fevereiro e a criação de um comitê orçamentário bipartidário que deverá entregar uma proposta de longo prazo até o dia 13 de dezembro deste ano.
Sobre o Obamacare, o plano que prevê a reforma do setor de saúde dos EUA, houve algumas mudanças: o benefício será dado às famílias de baixa renda ante uma verificação mais detalhada de suas condições financeiras, um dos pleitos dos republicanos. Foi acordado também o adiamento em um ano do pagamento de taxas de resseguro para os beneficiários, algo defendido pelos democratas.
Ao postergar as discussões sobre um aumento de longo prazo da dívida para janeiro e fevereiro, o Congresso americano mostra que o Obamacare deixou de ser o ponto de discórdia. Isso ocorre porque 15 de janeiro é justamente a data em que os cortes automáticos de gastos entram em vigor — o chamado 'sequestro'.
Sequestro - Esse mecanismo significa a redução automática do orçamento quando o governo ultrapassa seu limite de gasto e não aumenta receita. Com a redução automática (que é possível apenas na legislação americana), em 2013, o limite do gasto caiu para 988 bilhões de dólares, enquanto o de 2014, para 967 bilhões.
Os republicanos querem transformar o orçamento com 'sequestro', ou seja, já reduzido, em orçamento-base em 2014. Assim, se no ano que vem houver outro 'sequestro', a redução orçamentária será ainda maior. Os democratas são contra. Querem que o orçamento-base fique em 1058 bilhões de dólares, conforme ficou acordado no ato de controle orçamentário de 2011.
fonte Veja
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