Lírio Parisotto e Luiz Barsi já acumularam bilhões na bolsa brasileira, com rentabilidade e generosos dividendos
São Paulo – Mesmo em períodos de desgraça, quando você investe em dividendos (lucrosdas companhias repassados a acionistas), se dá bem. A máxima é do investidor Lírio Parisotto, único brasileiro na lista de bilionários da Forbes na indústria de investimentos. A estratégia de longo prazo é adotada por outros investidores bem-sucedidos na bolsa.
o Brasil, os investidores são obrigados a divulgar suas posições somente quando elas ultrapassam os 5% das ações de uma empresa. Pelas regras brasileiras, é difícil saber qual o patrimônio dos maiores investidores – e mensurar como as estratégias estão funcionando. Mas há nomes que servem de referências para os pequenos investidores no país, que, vislumbrando obter números parecidos aos dos investidores admirados, tentam copiar os modelos de sucesso ou aprender com os tropeços. Veja seis deles:
Lírio Parisotto é uma das maiores referências para os sardinhas na bolsa. Hoje, tem uma fortuna estimada em 2 bilhões de dólares pela Forbes, mas seu passado abrange uma gama de atividades ainda mais vasta – da plantação de alface ao curso de medicina, passando pela perda de um valor correspondente a um fusca no mercado de ações.
Seu fundo, o Geração L. PAR, procura comprar ações que pagam bons dividendos e também gera receitas com o aluguel de papéis que estão em carteira e com o lançamento de opções que dificilmente serão exercidas. Parisotto não faz day trade (a compra e venda de ativos em um único dia) e pensa que, mais arriscado do que investir em bolsa, é abrir o próprio negócio.
Luiz Barsi
O investidor Luiz Barsi já havia trabalhado como engraxate antes de começar em uma corretora, nos anos 60. Quando começou a comprar ações, sua primeira meta era ter 100 mil ações da Cesp. Aos poucos, Barsi foi reinvestindo o ganho proporcionado pelas ações e alcançando suas metas. Para investir, ele utiliza o conceito que chama de “dividendo mais inteligente”.
Em 2012, quando o governo mudou as regras para a renovação de concessões do setor de energia elétrica, Barsi viu o valor de mercado das empresas em que havia investido mais de 100 milhões de reais despencar – e não parou de comprar. Especula-se que Barsi tenha por volta de 1 bilhão de reais aplicado em ações de dezenas de empresas.
Antonio José Carneiro
Antonio José Carneiro esteve sob os holofotes recentemente, por causa de uma disputa empresarial envolvendo o grupo Rede, a CPFL e a Energisa. Carneiro era, então, o maior acionista da Energisa.
Carneiro entrou no mercado como operador de pregão. Hoje, estima-se que sua fortuna chegue a 1 bilhão de dólares – mesmo sem ele aparecer na lista de bilionários da Forbes. Seus investimentos estão em empresas de construção, energia elétrica, entre outras.
Luiz Alves Paes de Barros
Luiz Alves Paes de Barros é um dos fundadores do que é hoje a Credit Suisse Hedging Griffo - ele foi um dos fundadores da Griffo, no final dos anos 70. Muito depois, antes da venda do Banco Real para o ABN Amro, Luiz Alves era o maior acionista individual do Real.
Sua fortuna é estimada em 1,5 bilhão de reais e sua estratégia inclui procurar ações baratas e adquirir uma quantidade que permita participar dos conselhos de administração das empresas.
Guilherme Affonso Ferreira
Guilherme Affonso Ferreira acabou entrando na bolsa quando sua família buscava recursos para expandir seus negócios quando o setor em que atuava estivesse em baixa. Foi assim que foram compradas as primeiras ações do Unibanco, muito antes da união com o Itaú.
Ferreira também pesquisa a administração das empresas antes de investir e gosta de participar dos Conselhos de Administração – e de receber dividendos, claro.
Victor Adler
Adler é um dos maiores acionistas da Eternit (ETER3), junto com Parisotto e Bersi. Adler detém 6,70% das ações ordinárias da companhia, enquanto Barsi tem 13,56% das ações ordinárias, e Parisotto, através do fundo Gerlação L. Par tem 15,25%.
Em 2013, o papel da Eternit tem alta de 26,06%. Além disso, a companhia é uma das que mais pagou dividendos nos últimos quatro anos, segundo pesquisa da RIWEB realizada em julho tomando como base as ações que fazem parte da base de dados da consultoria Economática, que é composta por um grupo de 370 empresas negociadas em Bolsa. Mesmo que não sejam as ações que mais valorizam ao longo do tempo, as ações de dividendos proporcionam renda quase constante para o investidor.
Adler tem participações em outras empresas como a Unipar, na qual detém 2,14% das ações preferenciais e, novamente, esbarra em Barsi, que possui 10,79% das ações preferenciais e 9,78% das ordinárias da companhia.
Fonte Exame
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