Quem comprou casas nos Estados Unidos na crise de 2008 agora aluga os imóveis para brasileiros durante a temporada de férias
Apesar da alta do dólar, que se valorizou quase 15% neste ano em relação ao real, o brasileiro continua viajando para o exterior, mas de uma forma diferente. Hoje há uma febre de aluguel de casas de temporada em Orlando e Miami, nos Estados Unidos, por brasileiros.
Economia de até 50% nos gastos com estadia em relação a um hotel com acomodações equivalentes e a chance de passar as férias num grupo de amigos e familiares têm levado turistas a viverem algumas semanas como nativos nos EUA. A consultora Graça Dantas foi uma das que optaram por alugar uma casa em Miami. O filho dela André (na foto abaixo) agradece.
Muitos dos imóveis alugados foram comprados também por brasileiros durante a crise das hipotecas podres em 2008. Agora os proprietários querem tornar rentável o investimento, com uma receita de aluguel.
"Tivemos um aumento de 26% na procura de aluguel de imóveis nos Estados Unidos de janeiro a outubro deste ano em relação a igual período de 2012", conta Nicholas Spitzman, presidente do AlugueTemporada, site do grupo americano HomeAway. Só em Orlando, na região da Disney, o site tem 7.200 imóveis para locação.
"O aumento da procura de brasileiros para locação de imóveis em Orlando e Miami, na Flórida, em Manhattan, em Nova York é notória", afirma Tânia Dalaneze, sócia da imobiliária Dalaneze International Realty.
Spitzman diz que há um boom de aluguel de casas para temporada nos EUA por parte dos brasileiros devido à combinação de três fatores: o avanço da internet, a disponibilidade de imóveis e o interesse pelo turismo. "O movimento ainda é embrionário no Brasil."
Renata Alves, diretora da agência Casa Na Disney, conta que a sua empresa tem hoje 80 imóveis de brasileiros em Orlando para locação. "Todos estão alugados para dezembro e janeiro para brasileiros. Se tivesse mais 20 casas, alugaria tranquilamente", calcula. O preço mínimo de uma casa básica em Orlando com cinco quartos, piscina e capacidade para hospedar dez pessoas, por exemplo, é de US$ 194 ou US$ 19,4 por pessoa. Nas mais luxuosas, a diária é a partir de US$ 289 ou US28,9 por pessoa, diz Renata.
Em 2008, a empresária e seu sócio que tem uma imobiliária nos EUA perceberam uma mudança do perfil do turista brasileiro que estava insatisfeito com os pacotes. "Antes, as crianças iam para Disney em excursão. Hoje a diversão é em família e não cabe num quarto de hotel", observa. De olho nessa tendência, ela montou serviço no qual oferece, além da casa mobiliada, com roupa de cama e utensílios, o ingresso para os parques, o aluguel do carro e até a faxina do imóvel.
Perfil. Segundo Marcelo Moura, corretor da Double M Group Company, imobiliária brasileira de imóveis na Flórida, alguns anos atrás o turista de classe média procurava esse imóveis para alugar nas férias. "Não vejo mais diferença entre classes."
Para Alan Araújo, diretor de empreendimentos da One Sotheby's, imobiliária voltada para a classe A, quem procura a locação de um imóvel fora do País é uma classe mais abastada que quer manter o padrão de conforto que tem aqui.
Fonte Estadão
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